Essa foi a greve mais longa da história da categoria bancária, hoje completa exatamente um mês de paralisação, ontem à noite a Federação dos Bancos (Fenaban) apresentou nova proposta ao Comando Nacional dos Bancários.
O acordo, se aprovado nas assembleias hoje, terá validade de dois anos, onde a proposta apresentada foi de 8% para o ano de 2016, e para 2017 de 1% a mais de aumento real (acima da inflação medida pelo INPC), esse acordo também vale para os outros benefícios, como VA, VR, PLR.
Para a presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira, esse acordo é o mais possível devido à conjuntura econômica de nosso país, onde muitos trabalhadores estão sofrendo constantemente com a tentativa de retirada de direitos trabalhistas, e de ameaças de privatizações. Ela também avalia que as correções de 15% nos tíquetes alimentação e aumento de 10% no refeição e no vale-creche são um grande avanço.
A proposta dos bancos contempla também para 2017, a licença paternidade, que passaria de 5 dias para 20 dias, e está aguardando o anúncio oficial do governo federal dos benefícios fiscais da proposta. “Uma mudança que vale muito, pois há uma responsabilidade compartilhada entre homens e mulheres na criação dos filhos”, conta a secretária do Sindicato Ivone Silva.
Acordo de dois anos vale a pena?
Segundo a presidente do Sindicato dos Bancários, esse tipo de acordo já acontece em outras categorias, como a dos Metalúrgicos do ABC, com as grandes montadoras e, fora do país, como no Canadá, Reino Unido e nos Estados Unidos, onde uma grande empresa de telecomunicações chegou a fazer um acordo de quatro anos.
Com o cenário político-econômico do país, esse acordo, para ela, é um avanço, pois, no ano passado, a categoria dos bancários fizeram a paralisação de 21 dias, onde conquistaram apenas um aumento real de 0,11%, onde a conjuntura estava muito mais favorável para os trabalhadores.
Hoje, no final da tarde, os sindicatos estão convocando assembleias para a aprovação da proposta.